Nuno Almeida
Foi pedido a vários formandos de cursos de português que produzissem oralmente a frase “Eu também falo português” na sua língua materna. Para além das línguas maternas, pedi a dois deles que dissessem a mesma frase em português e indonésio. Às gravações obtidas e a algumas imagens de Timor-Leste, adicionei uma música de fundo que sugere a presença de um ambiente natural pouco transformado. O resultado é um rudimentar filme que nos dá uma pequena ideia da riqueza linguística que podemos encontrar em Timor-Leste, ao mesmo tempo que a frase repetidamente traduzida, tendo em conta a presença da língua portuguesa neste bonito país, transporta uma elevada carga simbólica.
As línguas utilizadas são (segundo informação dos formandos): português, galolen, mambae, indonésio, makasae, tétum, tokodede, baikeno, sa’ani, bunak, fataluku, tétum terik e waimoa. O mambae e o makasae aparecem várias vezes e a ortografia é da minha responsabilidade – com base na ortografia do tétum e com algumas mais que prováveis incorrecções. Parece-me haver em alguns casos influência do tétum nas produções dos falantes.
Não se trata de um trabalho de cariz científico e, por isso, não tem a pretensão de cobrir todo o património linguístico de Timor. Foi realizado apenas com o objectivo de criar um ambiente ilustrativo da riqueza linguística de Timor-Leste (especialmente para quem nunca visitou o território) e foi usado por mim num momento prévio à apresentação de um trabalho de investigação para a obtenção do grau de mestre, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em Abril de 2009.
Em Timor, esta língua é perfumada como o sândalo (Felgueiras: 2001).
terça-feira, 27 de julho de 2010
sábado, 10 de julho de 2010
Contributos da Receita Culinária para a Didáctica do Português Língua Estrangeira
Biram Djiguène Dieng
«O objectivo principal deste trabalho é indagar sobre o potencial da Receita Culinária em termos didácticos com vista a comprovar a pertinência do seu aproveitamento na aula de PLE. […] Este potencial relacionado com os ingredientes didácticos por ela encerrados é reforçado pelas competências comunicativas cuja revisitação foi essencialmente apoiada no QECRL, possibilitando a demonstração posterior das suas capacidades […]. A activação destas competências comunicativas e interculturais nos aprendentes é imprescindível para o ensino-aprendizagem do PLE e é a sua contemplação pela RC que fundamenta a pertinência do seu aproveitamento didáctico.»
Um trabalho apresentado em 2009 à Faculdade de Letras da Universidade do Porto para a obtenção do grau de Mestre em Ensino do Português Língua Segunda / Língua Estrangeira. Para além da fundamentação teórica, que nos permite perceber a amplitude do contributo que este tipo de texto pode dar ao ensino de PL2/PLE, através das suas potencialidades didácticas, são-nos oferecidas várias propostas didácticas (já experimentadas) que podemos usar ou adaptar. Muito interessante para quem habitualmente usa as receitas culinárias nas suas aulas.
Descarreguem o texto completo (em pdf) aqui em baixo.
«O objectivo principal deste trabalho é indagar sobre o potencial da Receita Culinária em termos didácticos com vista a comprovar a pertinência do seu aproveitamento na aula de PLE. […] Este potencial relacionado com os ingredientes didácticos por ela encerrados é reforçado pelas competências comunicativas cuja revisitação foi essencialmente apoiada no QECRL, possibilitando a demonstração posterior das suas capacidades […]. A activação destas competências comunicativas e interculturais nos aprendentes é imprescindível para o ensino-aprendizagem do PLE e é a sua contemplação pela RC que fundamenta a pertinência do seu aproveitamento didáctico.»
Um trabalho apresentado em 2009 à Faculdade de Letras da Universidade do Porto para a obtenção do grau de Mestre em Ensino do Português Língua Segunda / Língua Estrangeira. Para além da fundamentação teórica, que nos permite perceber a amplitude do contributo que este tipo de texto pode dar ao ensino de PL2/PLE, através das suas potencialidades didácticas, são-nos oferecidas várias propostas didácticas (já experimentadas) que podemos usar ou adaptar. Muito interessante para quem habitualmente usa as receitas culinárias nas suas aulas.
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Michael Leach: FALAR PORTUGUÊS – CHINA E TIMOR-LESTE
Fátima Marques
«Certamente, os meios de comunicação australianos parecem pensar que Timor-Leste está comprometido, numa bizarra e arcaica lealdade, à língua portuguesa – uma língua moribunda de colonialistas indiferentes, uma espécie de Latim ramificado, transpirando os seus últimos dias debaixo de palmeiras – o que é ritualmente denunciado, como se a adopção do português, por si só, fosse suficiente para demonstrar a loucura do primeiro governo de Timor-Leste. O mesmo realismo insípido destitui o português como se fosse uma espécie de sentença de morte económica. Todavia, esta apreciação racionalista parece não ter em conta os desenvolvimentos significativos na região. Se as sumidades dos media australianos estão certas, então porque estão, actualmente, a rebentar pelas costuras as escolas de língua portuguesa em Macau, com largos milhares de estudantes chineses? […]»
Numa altura em que se volta a assistir ao relançamento do debate sobre o papel da língua portuguesa em Timor-Leste como factor de construção de uma identidade nacional, deixo aqui um texto pertinente, escrito por Michael Leach, investigador na Deakin University (Austrália), artigo publicado no Arena Magazine, na edição de Dezembro/Janeiro 2007-08 (traduzido para português). O autor apresenta alguns pontos de vista que retomam a discussão em torno da língua portuguesa em Timor-Leste e da aprendizagem da mesma em países com economias emergentes, à luz de outros aspectos estratégicos: o económico, o social, o político.
Para descarregar o artigo completo, cliquem na miniatura.
«Certamente, os meios de comunicação australianos parecem pensar que Timor-Leste está comprometido, numa bizarra e arcaica lealdade, à língua portuguesa – uma língua moribunda de colonialistas indiferentes, uma espécie de Latim ramificado, transpirando os seus últimos dias debaixo de palmeiras – o que é ritualmente denunciado, como se a adopção do português, por si só, fosse suficiente para demonstrar a loucura do primeiro governo de Timor-Leste. O mesmo realismo insípido destitui o português como se fosse uma espécie de sentença de morte económica. Todavia, esta apreciação racionalista parece não ter em conta os desenvolvimentos significativos na região. Se as sumidades dos media australianos estão certas, então porque estão, actualmente, a rebentar pelas costuras as escolas de língua portuguesa em Macau, com largos milhares de estudantes chineses? […]»
Numa altura em que se volta a assistir ao relançamento do debate sobre o papel da língua portuguesa em Timor-Leste como factor de construção de uma identidade nacional, deixo aqui um texto pertinente, escrito por Michael Leach, investigador na Deakin University (Austrália), artigo publicado no Arena Magazine, na edição de Dezembro/Janeiro 2007-08 (traduzido para português). O autor apresenta alguns pontos de vista que retomam a discussão em torno da língua portuguesa em Timor-Leste e da aprendizagem da mesma em países com economias emergentes, à luz de outros aspectos estratégicos: o económico, o social, o político.
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