Texto de Nuno Carlos
Almeida.
Resumo:
«Um brevíssimo olhar sobre o
passado da presença da língua portuguesa (LP) em Timor-Leste (TL) mostra que a
opção da LP como língua oficial (LO) de TL se deveu, não ao número de falantes,
mas à sua presença na génese de uma identidade nacional. Há duas questões
incontornáveis quando o tema é a (re)introdução da LP em TL: por um lado, o
enquadramento sociolinguístico da LP à luz de conceitos da Didática das
Línguas, tendo em mente o contexto em que ocorre a aprendizagem de LP pelos
diversos públicos timorenses, para que se possam tomar opções adequadas e
produtivas; por outro lado, a observação da forte ligação entre língua e
cultura, no sentido de prevenir potenciais efeitos negativos da presença de um
grande número de agentes estrangeiros no processo de (re)introdução da LP em
TL, desconhecedores quer da cultura, quer das línguas dos aprendentes.
Estrategicamente, pelo facto de se tratar de um contexto plurilingue, a
intervenção em TL exige que se perceba o espaço a ocupar pela LP. Tal espaço
deriva do seu estatuto de LO e corresponde às necessidades de comunicação dos
aprendentes. Não há dúvida de que o domínio educativo será o mais decisivo para
o sucesso na formação de novas gerações de falantes do português em TL.
Contudo, não deve ser ignorado o papel que o setor da Administração Pública tem
a desempenhar no desenvolvimento e difusão da LP no território de TL, para mais,
numa fase em que a descentralização administrativa está em curso. Na escola, a
definição de um espaço próprio para a LP obriga ao estabelecimento de pontes
entre ela própria e as línguas locais, seja com o intuito de aproveitar o
contexto de plurilinguismo para ativar uma competência intercultural que leve
ao desenvolvimento de valores de cidadania democrática, seja par a facilitar o
acesso ao conhecimento.»
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