sábado, 13 de março de 2010

Língua Portuguesa e Cultura em Timor-Leste

Nuno Almeida

O facto de, num país onde convivem comunidades linguísticas diversas, ser atribuído o estatuto de língua oficial a determinada língua é um factor incontornável de mudança da cultura comum às várias comunidades, que passam a ter interesse e necessidade de aprender e usar essa mesma língua, que, de outra forma, não faria parte do seu repertório linguístico. No caso de Timor-Leste, em que a língua portuguesa é uma língua verdadeiramente importada, ou seja, que não teve a sua origem em nenhuma das comunidades linguísticas nacionais nem tem, no momento em que é considerada língua oficial, qualquer espaço visível de uso dentro das fronteiras políticas ou sequer próximo destas, a sua contribuição para a mudança cultural será porventura mais acentuada. Para mais, o meio encontrado pelas instâncias governativas para, a curto prazo, concretizar o ensino da língua oficial a professores, funcionários públicos e governantes, iniciando assim a sua difusão nacional, foi recorrer maioritariamente a professores portugueses, que, por serem falantes de língua portuguesa, darão a garantia de um bom trabalho, mas que, por pertencerem a outra cultura, poderão ser, também eles próprios, agentes da mudança cultural.

Neste texto, mostra-se a profundidade da relação entre “língua” e “cultura”, observa-se o contexto Timor-Leste à luz desta relação e fazem-se algumas reflexões pertinentes. É importante não dissociar as questões linguísticas das questões culturais, mas o que é certo é que não se reflecte muitas vezes sobre estas matérias. Trata-se de mais um contributo para uma actuação consciente.

O artigo completo está disponível para download aqui em baixo.




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